Cia Art’ Sacra e Academia Palmense de Letras se unem para montar releitura de obra de Shakespeare
A Cia de Artes Art Sacra e a APL – Academia Palmense de Letras se uniram para montar uma peça de teatro que promete surpreender o público tocantinense. A peça “O Mercador de Veneza”, baseada no texto do dramaturgo inglês William Shakespeare, estreia no dia 22 de setembro, no Espaço Jovem do Salão do Livro. No dia 25 de setembro, haverá também apresentação especial no Enato – Encontro de Administradores do Tocantins, que neste ano comemora Jubileu de Ouro da profissão. No Enato, dia 25 de setembro, será realizada apresentação de “O Mercador de Veneza” contextualizada na palestra “Criatividade e Inovação: Novo Conceito de Gestão”, ministrada pelo administrativo e escritor Edson Cabral.
Uma comédia trágica escrita entre 1596 e 1598, “O Mercador de Veneza” é uma das obras mais polêmicas do célebre dramaturgo inglês. Ela confronta o que há de melhor e que há de pior na alma humana: tolerância , intolerância, usura, benemerência, amizade, vingança, interesse, paixão, romance e sublime poesia. A montagem tocantinense é uma releitura da obra original dirigida pelo escritor Edson Cabral, presidente da APL e que também atua no espetáculo como o personagem Doge. Além de Cabral, a peça traz ilustres nomes já conhecidos no cenário artístico do Tocantins. Como membros da APL compõem o elenco ainda os escritores Josafá Miranda, Osmar Casagrande e Almecides Pereira. Como integrantes da Art’ Sacra participam Aiany Muniqui, Fabiana Miranda, Saulo Michel, Bruno Burati, Thais Falvia, Gleyston Galindo e Valdeir Santana.
Montagem
Conforme o diretor, esta é uma oportunidade de discutir temas importantes e atuais, através da criatividade de integrar linguagens alternativas da cultura e das artes.“A releitura de Shakespeare é um esforço de um grupo de pessoas que acreditam na capacidade do diálogo pela cultura e a criatividade. Nossa intenção é demonstrar que a intolerância, as incertezas e as surpresas do comportamento humano, aliado às mudanças repentinas da própria vida, modificam nossas realidades e sempre estiverem presentes na evolução da humanidade”, explica Cabral.
Ele descreve a parceria com a Art’ Sacra Cia de Teatro como um momento sublime. “Estou muito feliz de compartilhar com um grupo comprometido com a história e o futuro do teatro em nosso Estado. Está sendo uma experiência de rara felicidade para a Academia Palmense de Letras, uma oportunidade de construir parceiras sólidas e produtivas em prol da integração da literatura com o teatro.”
Presidente da Art’Sacra, Valdeir Santana também compactua do mesmo pensamento. Para ele, a releitura de “O Mercador de Veneza” é uma oportunidade de levar a reflexão com entretenimento e a parceria com a APL garante ainda mais credibilidade à montagem. “É um orgulho para nós da Art’ Sacra trabalhar em parceria com Academia, uma instituição que busca cultivar e promover a literatura em sua essência. Creio que este é apenas o primeiro de muitos outros trabalhos em conjunto que serão efetuados por meio desta sólida parceria”, complementa Santana.
Além de “O Mercador de Veneza”, outra produção da Art’Sacra em parceria com a Academia Palmense de Letras é a performance “Vadinho Comia Muito Bem – que é que a Baiana Tem?”, baseado em texto de Jorge Amado, com previsão de estreia também no Salão do Livro, no dia 26/09, no Café Literário.
Sinopse
O “Mercador de Veneza” e sua dialética de drama histórico, nos faz ver que a justiça que não é feita em seu momento preciso, gera injustiça e essa por sua vez torna-se vingança. O personagem que mais chama a atenção não é o mocinho, e sim o vilão, criado para dar um tom cômico à peça. Trata-se de um agiota e judeu _ daí a polêmica _ Shylock, retratado como indivíduo desprezível. A vítima, o cristão Antônio, cidadão bem sucedido de Veneza, faz um contrato atípico com o agiota, penhorando 453 gramas de sua própria carne. Agora, o vilão faz questão de tal medonha extração, o que levaria Antônio a morte. O que se observa é a velha e infeliz máxima anti-semita. O judeu “do mal” quer sangue do “bom cristão”.