Espetáculo de dança-teatro Horas Breves será exibido no Fernanda Montenegro neste fim de semana
A relação homem-tempo e as diversas formas de como a passagem das horas é e pode ser sentida é o centro do espetáculo de dança-teatro “Horas Breves”, do Coletivo Agulhas Cenas, em parceria com a Sleepwalk que será exibido no sábado, 15, e domingo, 16, no Theatro Fernanda Montenegro, em sessões às 17 e às 19 horas, com apoio da Fundação Cultural de Palmas. O ingresso custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) e pode ser adquirido na Loja da Fundação Cultural no Capim Dourado Shopping.
Fruto de colaboração entre Agulha Cenas (Palmas-TO) e Sleepwalk Collective (Espanha), o espetáculo de dança-teatro Horas Breves transforma diferentes sensações da passagem do tempo em imagens, sonoridades e movimentos. A colaboração entre os coletivos foi iniciada à distância e concretizada em intercâmbio presencial realizado no Brasil, em fevereiro e março de 2018, quando também ocorreu a estreia do trabalho.
O espetáculo se desenvolve em torno das diferentes sensações da passagem do tempo, abordando, por meio da experiência artística, a questão da ansiedade. A ansiedade, caracterizada pela sensação de não ter tempo para nada, é um mal do nosso tempo, marcado pelo excesso de informações e pela pressa nas diversas esferas da vida. O texto, os movimentos e a narrativa de Horas Breves proporcionam uma experiência artística em diálogo com essa importante questão contemporânea. Sem oferecer respostas prontas, promove sensações e reflexões sobre como vivenciamos o tempo.
Textos em domínio público de Luís de Camões surgem em meio a textos originais e contemporâneos como material na construção do espetáculo Horas Breves. Além de estar conectada à própria temática e à narrativa de saltos temporais, essa escolha proporciona diálogo com um importante legado cultural compartilhado, gerando uma via de comunicação com o público e potencial de contribuição para enriquecimento da vida cultural.
Com essa mescla de fontes e linguagens artísticas, Horas Breves apresenta distintas camadas de composição cênica. Os estímulos sensoriais ora avançam por sua lógica própria, ora são capturados por uma narrativa fragmentada. O espectador é convidado a construir sentidos e seguir uma cronologia tortuosa que percorre marcos da história da humanidade, memórias pessoais e fictícias e o tempo real da apresentação.
Depois de Palmas o espetáculo voltará a ser encenado em 20 de outubro, na Sala Baratza em Vitoria-Gasteiz, Espanha, como parte da programação do projeto Intercâmbio Cultural 2018 promovido por Sleepwalk Collective com patrocínio de instituições culturais espanholas.
Agulha Cenas
Em atividade desde julho de 2016, o coletivo de criação cênica Agulha Cenas, de Palmas-TO, tem obtido reconhecimento local e regional, com participação em festivais e contemplação com recursos de patrocínio da Fundação Cultural de Palmas e do Banco da Amazônia. Por meio de parceria com Sleepwalk Collective (Espanha), o grupo inicia também um movimento de internacionalização de seus horizontes, tendo sido contemplado com recursos da municipalidade de Vitoria-Gasteiz para projeto de intercâmbio cultural em outubro de 2018.
Agulha Cenas foi idealizado pela bailarina Renata Oliveira e pelo músico Heitor Oliveira, agregando também o ator Fabrício Ferreira, a bailarina Josely Rocha, a atriz Fátima Salvador e a fotógrafa Flaviana OX. Estabelece parcerias com profissionais e coletivos para crescimento mútuo e concretização de projetos específicos. Está sediado em Palmas, capital do Tocantins. O primeiro espetáculo de Agulha Cenas, No Ciclo Eterno das Mudáveis Coisas, inspirado em textos de Fernando Pessoa e com direção de Juliano Casimiro, estreia em novembro de 2016. O segundo trabalho, Horas Breves, com direção do Sleepwalk Collective estreia em março de 2018.
Renata Oliveira (coreógrafa)
Renata Oliveira é bailarina e atriz. Vive e atua profissionalmente em Palmas -TO. Com passagem pelo elenco de algumas das principais companhias locais, já se apresentou em todo o Brasil.
Em 2007, integrou o corpo de baile juvenil do Ballet Municipal de Palmas, participando das montagens “Caminho das Águas” e “Suíte Classic”. Em 2008, integrou a Cia. Municipal de Dança Contemporânea, apresentando-se em “O Céu Não Sai de Cima” e “42 Graus”. Em 2009, apresentou sua própria coreografia, “Contraponto de Encontro”, no espetáculo Novos Criadores Intérpretes em Dança Contemporânea. De 2011 a 2016 integrou o elenco da Lamira Artes Cênicas, nos espetáculos “Do Repente”, “Fela da Gaita”, “Gibi” e “Olhai Por Nós”, com extensa circulação nacional pelo Sesc Amazônia das Artes, Palco Giratório, Circuito Sesc de Artes – SP e diversos festivais de destaque, como Porto Alegre em Cena e Cena Contemporânea (Brasília). Pelo Balé da Cidade de Palmas, dançou os espetáculos O Jogo (2015) e Kim Kardashian” (2016), criados em parceria com Sleepwalk Collective (Espanha).
Sinopse
Quatro pessoas estão em uma sala de espera. Ao seu redor, enquanto o tempo avança lenta e inexoravelmente, descobrem que há vários tipos de tempo: o tempo que leva para piscar, o tempo entre ler uma sentença e a próxima sentença, o tempo entre ver o raio e ouvir o trovão, o tempo como é sentido pelas árvores, ou por insetos, o tempo que existe nos sonhos… Em seu interior, o tempo se move em todas as direções e velocidades. Em suas lembranças e saudades, revivem o tempo perdido.
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: Livre
Ficha técnica
Criação: Agulha Cenas
Olhar externo: Sleepwalk Collective
Textos: Sammy Metcalfe, Luís de Camões, Heitor Oliveira, Whyllyan Goetten
Direção: Iara Solano e Sammy Metcalfe
Coreografia, cenário e figurinos: Renata Oliveira
Iluminação: Sammy Metcalfe
Cenotécnica: Josely Rocha e Renata Oliveira
Música: Heitor Oliveira e Fabrício Ferreira
Fotografia e design gráfico: Flaviana OX
Intérpretes: Fabrício Ferreira, Heitor Oliveira, Josely Rocha e Renata Oliveira
(Fonte: FCP, autor: Samara Martins, edição e postagem: Iara Cruz)